segunda-feira, 6 de agosto de 2012


O MITO DE SÍSIFO


Resumindo o máximo possível do mito; Sísifo, era rei da Tessália e de Enarete, era o filho de Éolo. Sísifo tinha a reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta razão dizia-se que era pai de Ulisses. Sísifo despertou a ira de ninguém menos do que Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egina. Então Zeus mandou o deus da morte, Tanatos, perseguir Sísifo, mas este conseguiu enganá-lo e prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos pudessem alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que fosse libertado por Ares. Apesar de sua peripécias, Hermes, o deus mensageiro e condutor das almas para o Além, decidiu então castigá-lo pessoalmente, infligindo-lhe um duro castigo, pior do que a morte. Sísifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao cimo de uma montanha, sendo que a mesma sempre antes de chegar quase ao topo, sempre escorregava e caia novamente. Este processo seria sempre repetido até à eternidade.
Minha reflexão se baseia no fato do que acontece, qual o real motivo que levam as pessoas, sempre em maior quantidade a não conseguir terminar o que começam. Quem nunca ouviu falar ou conhece uma pessoa(s) (ou esta vivendo essa experiência) que dizem: “Amanhã começo minha dieta e dessa vez vou até o fim”? Ou ainda “Mês que vem deixo esse emprego que me consome e mudo minha situação”, “Ano que vem começo um curso em uma faculdade e dessa vez vou até o fim, não vou desistir no meio do caminho”, ou perto da virada do ano, geralmente cercado de familiares e amigos pulam as sete ondas e dizem com toda a convicção: “Ano que vem tudo será diferente, vou dar uma guinada na minha vida e tudo que me faz mal e me prejudica vou deixar para trás e viver muito melhor”.
Os exemplos são muitos, no entanto nada acontece (ou quase nada), sempre se repetindo a mesma história de fracasso ou frustração. O que a faz desistir? Por que quando está quase conseguindo a pessoa desiste? Por que sempre começa algo bem, entusiasmada e aos poucos o desânimo bate e ela mais uma vez sucumbe e desiste? (pedra rola montanha abaixo).
Podemos refletir o que aconteceu e ainda acontece na vida dessas pessoas para viverem como Sísifo, sempre despendendo muita energia, mas nada mudando no final.
Quais conteúdos inconscientes a “tomam”, a “possuem” para que ela repita sempre as mesmas histórias de fracasso? Será o medo da vitória, do Sucesso? E se for, por que o medo da vitória?
No consultório, tenho acompanhado algumas pessoas com essa dificuldade e quase sempre percebo que na maioria das vezes (não é 100% dos casos), muito do que ela viveu na infância, no convívio com os pais, (quase sempre autoritários e controladores), muitas vezes rebaixam seus filhos com palavras como: “você nunca vai ser ninguém”, nunca vai ter sucesso na vida”, “você vai ser sempre um fracasso se não fizer o que eu mando” etc etc.
Nem sempre é fácil entrar em contato com o verdadeiro “mito interior”, nosso verdadeiro complexo e enfrentar de frente “a ira dos Deuses” e finalmente conhecermos/compreendermos o que nos paralisa, nos faz deixar a pedra rolar, e dessa forma podermos colocar a pedra no cume da montanha e acabar com tamanho “destino trágico”.
Mas o melhor de tudo é que podemos mudar esse “destino”, ressignificar nossos mitos internos, percebendo aos poucos quem realmente somos e dessa forma adquirirmos a consciência de que não somos “esse fracasso” que quiseram nos vender e que claro, acabamos acreditando e por isso mesmo vivemos dessa forma.
Para isso temos que ter a coragem, de não querermos nos auto-enganar querer trapacear nós mesmos e aos outros (como Sísifo que queria vencer a própria morte) e olharmos para dentro de nós a procura de compreensão e finalmente resolução desse complexo, desse mito de Sísifo que atua dentro de nós e nem sabemos o real motivo.
Coragem é o que precisamos a principio para admitirmos para nós mesmos, que essa dificuldade que vivemos não é um vaticínio perpétuo como no caso de Sísifo. Devemos nos conhecer cada vez mais, para que possamos no final, sermos quem realmente somos (torne-se si-mesmo – Self).

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