ESCOLHAS
Uma vez o filósofo Jean Paul Satre disse: “Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências”.
Realmente,
todos os dias fazemos escolhas, sejam elas do nosso dia-a-dia como o que
vestir, o que comer e beber, onde ir, com quem ir etc. Bem como fazemos
escolhas que não necessáriamente nos damos conta, como por exemplo, “por que
escolhi esse caminho e não aquele outro”, “mais uma vez escolhi a pessoa
errada”, “por que será que sempre estou escolhendo errado, tomando decisões
equivocadas e com isso me prejudicando” ou ainda quando repetimos escolhas até
certo ponto conscientes: “não entendo o motivo de ter escolhido vir até esse
lugar sendo que eu já sabia que iria me fazer muito mal”, “por que ainda
insisto em procurar tal pessoa sabendo que ela vai me fazer mal” etc.
Inclusive, impulsos ou ideias
incompatíveis podem existir simultaneamente sem parecer contraditórios. Aceitamos que amor e ódio se expressem ao mesmo tempo, sem que
haja discordância. Queremos algo e ao mesmo tempo a rejeitamos e não sabemos
explicar o motivo de agimos dessa maneira. Tudo isso acontece por conta do
“estranho que vive em nós”, a instância chamada inconsciente, esse “conhecido/desconhecido”
de todos nós.
Nosso inconsciente é compensatório,
está sempre buscando o equilíbrio, da mesma maneira que nosso corpo procura a
homeostase. Dessa forma, se estamos constantemente ignorando algo em nossa
vida, ele (inconsciente) vai providenciar uma “saia justa”, para que dessa
forma possamos refletir como venho
conduzindo minha vida. Sendo assim, uma das maneiras que nosso
inconsciente encontra para “chamar nossa atenção”, para que possamos refletir e
prestar atenção no que é relevante para a nossa vida (além de nossas escolhas),
mas que não estamos dando a devida atenção, são também alguns atos falhos
(quando por exemplo trocamos nomes), lapsos de memória (esquecemos nomes ou o
que pretendíamos dizer), vão na mesma direção, o que está por trás desse
equívoco?
Muitos de meus pacientes me procuram
dizendo que tem o “dedo podre”, e por conta disso tentam compreender o que
motivou sua escolha equivocada. Talvez a melhor maneira de refletir seria o
“Para que?” “Qual a finalidade dessa escolha na minha vida” e não o “Por que?”.
Somente através da análise do inconsciente profundo é que podemos chegar ao
verdadeiro motivo de nossas escolhas. Dessa forma fica claro para o paciente o
que “habita” em seu inconsciente, que se não for dado a devida atenção, ou não
for ressignificado alguns aspectos inconscientes, a pessoa vai continuar
sofrendo com as consequências de suas escolhas equivocadas. Essas “escolhas
equivocadas” não passariam de sintomas como consequência de complexos não
resolvidos, de vivências traumáticas não elaboradas e por isso mesmo não ressignificadas, de uma negação de seus reais desejos, pelo simples
fato de não conseguir sustentar o seu desejo ou se importando muito com o que
os outros pensam e dessa forma não vivendo, experenciando o que realmente é importante
para a vida dela mesma, vivendo dessa forma “uma vida não vivida”.
Toda vez que deixarmos de ser quem
realmente somos (Self), de viver nosso verdadeiro projeto de vida (individuação)
etc, com certeza sofreremos. Nosso inconsciente irá cobrar um preço, irá
através de simbolismos tentar reestabelecer o equilíbrio em nossa vida. E se
ainda assim, recusarmos dar a devida atenção para nossos conteúdos
inconscientes, podemos adoecer de diversas formas, como neuroses e até mesmo
psicoses, além de várias formas de somatizar, o que antes era “apenas um
sintoma”, se transforma em uma doença orgânica (por exemplo diabetes) e não raro, em doenças
orgânicas fatais (câncer etc).
Querido leitor, você presta atenção
em suas escolhas? Como vem conduzindo a sua vida? Por que não consegue
simplesmente parar de fazer as mesmas escolhas que você sabe que irá te
prejudicar?
Eu fiz a minha escolha e optei por ler o texto até o final. Parabéns, sensacional.
ResponderExcluirFicou ótimo, meu amigo.
Obrigado Andreia!!
ResponderExcluirDemais!
ResponderExcluirObrigado Rachel!
ExcluirAdorei
ResponderExcluirObrigado Sheila!!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir