segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

RITALINA - A DROGA DA OBEDIÊNCIA




Hoje posto aqui um artigo que escrevi para a Revista Canguru na versão completa (na revista por conta das normas da revista está resumido) sobre a Ritalina, uma droga que vem causando muita polêmica e explodindo nas prescrições no mundo todo. Fica aqui um alerta para os senhores pais e cuidadores. No final coloquei um link da matéria publicada na revista.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo todo foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade). A queixa dos pais e dos professores de que a criança tem dificuldade de se concentrar, de ser agitada e muitas vezes desobedientes, são os principais motivos que os levam a procurar ajuda médica e engordarem essa estatística.

       A Ritalina, nome comercial do metilfenidato, é um psicoestimulante, prescrito majoritariamente no tratamento de crianças diagnosticadas com TDAH. Sendo um estimulante, da família das anfetaminas (como a cocaína), se consumida em certa dosagem, defende-se que auxiliaria no desempenho de tarefas escolares.

Atualmente, qualquer sinal de mal-estar pode ser diagnosticado como uma patologia cuja conduta será unicamente a administração de psicofármacos. A prescrição abusiva de psicofármacos não atinge apenas os adultos, mas também o mal-estar das crianças tem encontrado uma resposta pronta naquele saber autoritário que não resiste à compulsão de medicar.

Mas aí é que começa os problemas. Não existe nenhum estudo acadêmico no mundo que comprove sua eficácia e que diga com certeza todos seus efeitos colaterais. Dessa forma, o diagnóstico precoce e errado em uma criança fatalmente estará a expondo a um risco muito grave de saúde.

Alguns efeitos colaterais além da própria dependência da medicação, já são bem conhecidos, como surtos de insônia, piora cognição, surtos psicóticos, alucinações e risco de suicídio. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA). Outro agravante, contrariando inclusive a própria bula da medicação, crianças menores de 6 anos, cada vez mais vem sendo erroneamente diagnosticadas e medicadas.

As crianças muito inteligentes e de raciocínio rápido, criativas e inquietas no sentido de existir nelas o lado questionador que proporcionou a humanidade grandes gênios e pensadores, estão agora, desde muito cedo recebendo uma sentença condenatória de doentes e consequentemente tratamento medicamentoso, por um tempo muitas vezes indeterminado.         

Não negamos que algumas crianças podem ter dificuldades em algum momento em seu desenvolvimento, mas uma avaliação correta e cuidadosa, imprescindivelmente tem que ser multidisciplinar, ou seja, psiquiatras, neuropediatras, psicólogos e neuropsicólogos devem trabalhar juntos. Do contrário, fica impossível fazer um psicodiagnóstico seguro a respeito da criança.

A melhor forma de ajudar os pais e essas crianças, reside fundamentalmente na compreensão da dinâmica familiar. Detalhes que escapam, que passam desapercebidos da atenção e compreensão de todos.

Como C. G. Jung já havia percebido e alertado: “Sempre que uma criança pequena manifeste os sintomas da neurose, não se deveria perder muito tempo na pesquisa de seu inconsciente. A pesquisa deveria ser iniciada em outro lugar, a saber, na própria mãe, pois de acordo com a regra geral os pais são sempre os autores diretos da neurose da criança. Tudo aquilo que quisermos mudar nas crianças, devemos primeiro examinar se não é algo que é melhor mudar em nós mesmo. Talvez estejamos entendendo mal a necessidade pedagógica, porque ela nos recorda, de modo incômodo, que de qualquer maneira somos crianças e precisamos muitíssimo da educação”

Link: https://www.canguruonline.com.br/sao-paulo/noticia/artigos/ritalina-a-droga-da-obediencia
 

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