domingo, 24 de junho de 2012

FILME CISNE NEGRO - BLACK SWAN
 



Todos nós, temos um lado “sombrio”, um lado “negro” de nossa personalidade que na maioria das vezes não queremos ver, reconhecer, admitir, enfim “integrar”. O pior dessa história reside no fato de quanto mais resistirmos a nossa “sombra”, mais nossa jornada (individuação) se torna difícil e penosa.
No filme Cisne Negro, podemos perceber o quanto uma pessoa que passou a “vida toda” negando, resistindo sob a influência de uma mãe controladora, seu outro lado.
A jovem bailarina Nina é escalada, ganha o papel para ser a bailarina principal e representar o Cisne Negro. Ela exibe com leveza, grandiosidade e “perfeição” o Cisne Branco, porém, o Cisne Negro ela tem grande dificuldade de interpretar, uma vez que remete seu lado que fora e é “negado” por ela.
O filme mostra com cenas fortes e de tirar o fôlego, uma jovem que vai a cada dia tendo que “enfrentar” seu lado sombrio, que acaba exigindo dela se libertar da influência nefasta de sua mãe (complexo materno), exigindo que ela se torne também uma pessoa forte e que saiba dizer não quando for necessário, que exige que ela se torne adulta, mulher provocante e ousada, que tenha autonomia, que não seja “boazinha”, “cordeirinho” de ninguém e possa cresçer em todos os sentidos, lutando por seus objetivos, se livrando “da sombra” da mãe, para poder ser ela mesma.
Ela conta com a grande ajuda de uma amizade permeada por competição e rivalidade e a do diretor do balé para instigar e ajudá-la a “liberar”, integrar aspectos de sua personalidade que ela nega e resiste inconscientemente, como ser provocante, ousada, que tenha coragem para se soltar e tornar-se ela mesma, levando Nina de encontro a sua sombra.
Com isso, ela entra em conflito consigo mesma (sempre necessário no processo), com sua mãe, com suas crenças e aos poucos vai integrando o seu outro lado e podendo ser uma pessoa mais completa, mais verdadeira, tornando-se quem ela realmente é (Self) e não uma marionete da mãe, uma máscara em tempo integral onde quer que ela vá.
Quanto mais nos conhecermos, quanto mais aceitarmos que também temos um lado as vezes egoísta, maldoso, rude, medroso, vaidoso etc, melhor nos relacionaremos com nós mesmo e claro, com os outros, uma vez que iremos diminuir consideravelmente nossas projeções, nossos próprios conteúdos inconscientes (sombra) nas pessoas. C.G.Jung diz: “Conhecer a sua própria escuridão, é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros”. Do contrário, podemos entrar em contato com o potencial ameaçador e destrutivo da sombra (psicoses, depressão, angustias, fobias etc), além do fato de que será sempre o outro o mesquinho, egoísta etc.
Vale ressaltar que em nossa sombra, não existe apenas aspectos que consideramos negativo, consiste também de aspectos e qualidades consideradas positivas, só que não desenvolvidas em nossa personalidade dominante (ego), como talentos e potenciais dos mais variados.
Reconhecer em nós mesmo nosso lado sombrio, nos ajudará a ser uma pessoa melhor em todos os sentidos, uma vez que sempre que deixamos de ser realmente quem somos, iremos sofrer: “O que não enfrentamos em nós mesmo, encontraremos como destino” C. G. Jung.

2 comentários:

  1. Amei o texto... Mostra a necessidade de nos conhecermos e, posteriormente nos aceitarmos a fim de vivermos mais harmoniosamente.
    Parabéns Edilson!

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  2. Obrigado pelos elogios ao texto. Que bom que gostou!!
    Abraço.

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